Uma continua EFUSÃO
do espírito
Tomás de
Aquino, em sua “Teologia das Missões “ nos ensina que “a cada nova missão , a
cada nova vocação , deve corresponder uma nova efusão do Espírito” Qual seja,
necessitamos que o Espírito Santo, continuamente, promova uma atualização da
graça em nós com vista a nos capacitar para alcançarmos aquilo a que Deus nos
tem destinado em nossa caminhada rumo á santidade. O nosso “Pentecostes
pessoal” – o nosso batismo – não esgotou as possibilidades que o Espírito tem para conosco. Na sua Carta aos Efésios , Paulo recomenda a eles – que já “são cristão
e crêem em Jesus Cristo” (1,1), que já foram “selados com o Espírito que fora
prometido “ (1,13), que já” foram salvos”
(2,5) , e que são “concidadãos dos santos e membros da família de Deus”
(2,19) ..... que “ procurem estar repletos do Espírito “ ( cap.5,18b, na
tradução usada por João Paulo ll no n. 72 da Exortação Apostólica Catechesi
Tradendae ), E a eles mesmos – no capítulo 4, versículo 30 - , Paulo recomenda
“ Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o
dia da redenção “ Ou seja, o nosso pecado, a nossa indiferença, a nossa
tibieza, podem contristar e também “apagar” (cf. 1Ts 5, 19) o Espírito Santo já
recebido. Podemos resistir a Ele (cf.At 7,51 ).....Não sem propósito, pois, nos
ensina o Catecismo da Igreja Católica, em seu num 667: “ Tendo entrado uma vez
por todas no santuário do céu, Jesus Cristo intercede sem cessar por nós como
mediador que nos garante permanentemente a efusão do Espírito Santo”
Diz Raniero Cantalamessa que “
Jesus ressuscitado não batiza no Espírito Santo unicamente no sacramento do
batismo , mas, de modo diverso, também em outros momentos : na Eucaristia , na
escuta da Palavra e, em geral, em todos os ‘meios da graça’” ( A poderosa
unção do Espírito Santo, Ed. Raboni,
p.47a 49 ) . Em suma, é importante sabermos que, para o crescimento na vida da
graça, não basta simplesmente dizermos : “ eu já tenho o Espírito Santo “ Não é
suficiente já O termos recebidos: é preciso que isto
transpareça em nossas vidas. E que procuremos – oferecendo- Lhe crescentes
espaços de santidade em nossas vidas – tê-Lo de um modo cada vez mais
abundante. E não só Tê-lo , mas pertencer a Ele, deixando-nos por Ele sermos
possuídos e dirigidos, como nos ensina Paulo Vl
na Exortação Apostólica Evangelii
Nuntiandi , num 75: “Ele é aquele
que, hoje ainda, como nos inícios da Igreja, age em cada um dos evangelizadores
que se deixa possuir e conduzir por Ele, e põe na sua boca as palavras que ele
sozinho não poderia encontrar, ao mesmo tempo que predispõe a alma daqueles que
escutam a fim de a tornar aberta e acolhedora para a Boa Nova e para o reino
anunciado”. Os últimos tempos, que estamos vivendo , são os tempos da efusão do Espírito
Santo. Trava-se pois, por conseguinte , um combate decisivo entre “a
carne “ e o “Espírito “ (CIC 2819 ) .
Coloquemo-nos, pois, hoje, sob a proteção da oração de João Paulo ll a favor
dos leigos, que diz: “ Ó Virgem
Santíssima, Mãe de Cristo e Mãe da Igreja ...
Tu que estivestes no Cenáculo, com os Apóstolos em oração, á espera da
vinda do Espírito de Pentecostes, invoca a Sua renovada efusão sobre todos os
fieis leigos, homens e mulheres, para que correspondam plenamente á sua vocação
e missão , como vides da “ verdadeira videira”chamados a dar “muito fruto” para
a vida do mundo”
JLNEPO