CLARA DE ASSIS

CLARA DE ASSIS
Devemos viver e promover a sensibilidade ecumênica promovendo a fraternidade com os irmãos que pensam ou vivem a fé cristã de um modo diferente. Mas isso não significa abrir mão de nossa catolicidade. Quando celebramos a Eucaristia seguimos à risca o mandato do Mestre que disse: “Fazei isso em memória de mim!” A falta da Eucaristia deixa uma grande lacuna em algumas Igrejas. Um pastor evangélico, certa vez, me disse que gostaria de rezar a ave-maria, mas por ser evangélico não conseguia. Perguntei por quê? Ele disse que se sentia incomodado toda vez que lia o Magnificat em que Maria proclama: “Todas as gerações me chamarão de bendita” (Lc 1,48)… e se questionava o por quê sua geração tão evangélica não faz parte desta geração que proclama bem-aventurada a Mãe do Salvador! Realmente, ser católico é ser totalmente cristão!

terça-feira, 24 de julho de 2012

         800 anos da ordem de Santa Clara de Assis





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Clara Favarone de Ofreducio nasceu em Assis – Itália. Seus pais se chamavam Favarone e Hortolana e suas irmãs Catarina e Beatriz. Aos dezoito de março de 1212 com dezoito anos de idade Clara de coração fervoroso abandonou casa, cidade e familiares, e foi acolhida por São Francisco e os frades na Capela de Santa Maria da Porciúncula berço da Ordem franciscana, dando início à Ordem das Irmãs Pobres (Clarissas) em 1212.
“Na legenda de Santa Clara, atribuída por muitos a Frei Tomás de Celano, o autor reconta como a virgem “abandonou casa, cidade e parentes” concedeu ao mundo a carta de repúdio e depois que tomou as insígnias da santa penitência... desposou-se a Cristo. Seguindo as ordens de São Francisco, esperava uma disposição da vontade divina sobre o local definitivo de sua nova vida. O conselho de São Francisco a guiou enfim à Igreja de São Damião. O biógrafo comenta este fato dizendo que em ‘São Damião’ fixou a âncora do seu espírito como um porto seguro. E não esquece de falar da história precedente. “É esta a famosa Igreja á qual restaurou são Francisco afadigando-se com zelo admirável e a cujo sacerdote tinha oferecido dinheiro para repará-la.” É a Igreja na qual, enquanto Francisco rezava, uma voz descida do lenho da cruz ressoou assim: “ Vai Francisco, e repara a minha Igreja que como vês esta em ruínas.” Não resta dúvida que o biográfo acentua na mudança definitiva de Santa Clara a São Damião uma disposição divina de uma vida nova. O local torna-se assim uma interpretação da missão de Santa Clara e de suas filhas para todos os séculos. A primeira resposta de São Francisco ao mandato do Crucificado: “ Vai e repara a minha Igreja” fora a pedra e o dinheiro. Mas a Igreja do Senhor é uma casa viva construída pelo Espírito Santo com pedras vivas. A resposta, segunda e definitiva, vem da misericórdia divina, vem da iniciativa pessoal do Espírito Santo: A resposta é esta jovem senhora, que desejava “fazer de seu corpo um templo só para Deus.” A casa de Deus torna-se construída pelo amor sem reservas de uma vida penetrada do Evangelho. Certamente a primeira Ordem em cujo o escopo existencial foi e é uma evangelização não só com palavras mas com uma vida realmente evangélica, era o grande sinal de São Francisco ao pedido de vinde e vede da cruz: “ Vai” e repara a Igreja que esta em ruínas. Porém, sem o sinal da vida de Santa Clara, faltava qualquer coisa de essêncial. Poderia-se entretanto pensar que a própria atividade humana, o radicalismo da vida evangélica e a força da nova pregação teria podido por si só reparar a Igreja: não é assim. Não é sem um significado profundo que Santa Clara é chamada a São Damião. A chama do Evangelho é nutrida pela chama da caridade; a caridade silenciosa, humilde, paciente, privada de esplendor e de sucessos externos; a caridade que não entende fazer qualquer coisa por si, mas deixa fazer o outro, o Senhor; a caridade que se abre sem medo e sem reservas a Seu operar e é condição de toda a evangelização. Esta caridade é o ponto de partida de onde se entrelaçam o espírito humano espírito divino que é amor.( Cardeal Joseph Ratzinger, 21 de Maio de 1989)
De 1212 até a sua morte aos sessenta anos de idade no dia 11 de agosto de 1253 Clara fez de sua vida um hino de louvor ao Senhor e restituiu multiplicado o talento recebido amando “Aquele que totalmente se deu por seu amor”. As últimas palavras que Clara disse antes de sua morte são uma síntese de toda a sua caminhada espiritual: “Vós Senhor sede bendito por me haverdes criado.”
Em sua vida Santa Clara iluminou seu século; após sua morte não cessa de atrair atrás de si inumeráveis seguidoras. As clarissas de todo o mundo caminham até Deus guiadas por sua luz. Vivem na Igreja segundo a forma de vida do Santo Evangelho que é o próprio Cristo. Em fraternidade e pobreza realizam na clausura esta vocação evangélica que não as afasta das relações com as pessoas, mas pela decisão de viver junto ao Senhor nasce uma liberdade profunda na qual estão incluídos homens e mulheres de todos os tempos e lugares. Diariamente as Irmãs Clarissas elevam a Deus orações, preces, intercessões e louvores; e completam o trabalho evangelizador dos Frades dedicando-se totalmente a humildade do trabalho de suas mãos e da oração. Enquanto os filhos de São Francisco em sua união com Cristo tem como claustro o mundo, as Clarissas encontram em seu Mosteiro o seu claustro como sinal de extrema pobreza, como sinal visível da sua permanente união com Cristo esposo.
“A escolha das irmãs de Santa Clara é uma realização profunda da verdadeira essência da Igreja que indica que essa vida é viver com o olhar fixo em Jesus, fazer-lhe sentir a própria voz que se une com a sua voz na meditação da Palavra divina e na oração da Igreja inspirada pelo Espírito Santo. É impetrar de Jesus a castidade, a obediência e a pobreza, é unir-se na penitência com o Senhor, vivendo não para si mesmo, mas em união com o Esposo pelo seu Corpo sofredor, pela ovelha desgarrada: a humanidade.”( Cardeal Joseph Ratzinger, 21 de Maio de 198

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